quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

[Resenha, Estante Nacional, Dimensão] Conte Comigo, por Ana Lúcia Gomes de Melo

   Boa noite, pessoal!

   Hoje a resenha é de um livro que entrou para a minha modesta lista das Melhores Leituras. Estou falando de Conte Comigo, escrito pela autora Ana Lúcia Gomes de Melo, com ilustrações de Chico Marinho e edição da Editora Dimensão.

   A leitura, desde que entrou na minha vida, é extremamente importante. Livros, para mim, e, creio, para muitos dos leitores, são como remédios. Alguns remédios curam a tristeza, alguns, a ociosidade, alguns incentivam a imaginação; Conte Comigo é um dos chamados estimulantes, pois faz com que o leitor fique alerta, atento. O livro traz o leitor à realidade - mesmo que ela seja um tanto distante, em relação ao tempo.

   Situada em 1998, a história nos fala sobre a vida e os problemas que envolvem uma escola. A paixão de uma professora por um colega de trabalho, a obsessão de uma aluna por esse mesmo professor, as dificuldades de um adolescente e o perigo que seu silêncio representa - e a maneira como todas essas coisas eram resolvidas há pouco mais de uma década.

    Preocupada com a redação de seu aluno Cesar, Lia resolve tentar ajudá-lo, contando com o apoio de seu amigo - e grande amor - Ronis. Em uma conversa, Cesar esclarece aos professores a situação que o amedronta: a perseguição que vem sofrendo por parte de uma perigosa gangue de sua cidade, Brasília. Temendo que o garoto se junte a alguma facção inimiga para se vingar dos agressores, o par de professores se dispõe a ajudar o garoto - mesmo por que ele tem receio de contar a situação à mãe, já que esta tem crenças na justiça que, já naquela época, não mais existia.

   É, porém, ao ver que a situação não pode mais ser levada aos sussurros, que Lia e Ronis resolvem contar para a mãe de Cesar o que está acontecendo com o garoto. Sem pestanejar, a mãe entra em desespero e, logo mais, pede ajuda da polícia, que, muito interessada no caso, joga a reclamação para a imprensa, sem se preocupar em fazer mais do que olhar. A gangue, como era de se esperar, fica à espreita para se vingar. A mãe, crente que a justiça seria feita, entrega o filho às mãos daqueles que o queriam morto, e, só então, a "sociedade" resolve agir.

   Sim, eu contei o final do livro, e, apenas desta vez, não me preocupo com isso. O foco deste livro é o conceito a ser passado. A história é apenas mais uma dentre as barbares humanas. Conte Comigo é diferente de tudo. Diferente porque não precisa de 500 páginas para ser bom. Diferente porque não tem a capa mais bonita do mundo, e porque isso não faz a menor diferença. Diferente porque conta algo real - pode ser que essa história não tenha ocorrido com um Cesar, com uma Lia, um Ronis e que tenha sido em Brasília, mas essa história já aconteceu, em diversos lugares e com diversas personagens, mas o fim, infelizmente, sempre é o mesmo. Conte Comigo é diferente porque não se resume à uma história, na realidade, ele não se resume. O número de páginas, o tamanho das letras, as ilustrações, o material de que as páginas são feitas e o formato do livro não fazem a diferença. O que faz a diferença é a realidade. A triste realidade de que os homens se aproveitam da morte alheia para levantar bandeiras tarde demais, ao invés de unir as mãos e lutar contra o mal que eles mesmos causam à humanidade como um todo. A leitura desse livro não é recomendada, é obrigatória.

   Beijos, NikaSanc.



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